O Indicador de Nível Socioeconômico (Inse) é uma métrica crucial para entender como o contexto socioeconômico influencia o desempenho dos alunos no Brasil. Criado a partir de dados do Saeb, o Inse contribui para a análise das desigualdades e seu impacto na educação, auxiliando na criação de políticas mais justas e eficazes.

O que é o Inse?

O Inse é construído a partir dos resultados obtidos nos questionários dos estudantes do 5º ano e 9º ano  do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio no Saeb e que tenta mensurar a realidade socioeconômica dos alunos. Seu objetivo é contextualizar os resultados da avaliação de forma a permitir a mensuração do impacto da desigualdade socioeconômica no processo de ensino e aprendizagem. 

O Inse nasceu em 2011, sob influência de uma onda de estudos acadêmicos sobre os impactos da desigualdade socioeconômica no aprendizado. Entre eles, o estudo mais influente e que deu as bases da metodologia do Inse foi o trabalho “O nível socioeconômico das escolas de educação básica brasileiras”, realizado pelos pesquisadores Maria Teresa Gonzaga Alves e José Francisco Soares, do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais (GAME) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com apoio do Instituto Unibanco. 

Desde então, o Inep calcula e divulga periodicamente o Inse de todos os estados, municípios e escolas do Brasil.

Metodologia de cálculo do Inse

O cálculo do Inse é feito a partir das respostas dos alunos em um conjunto específico de perguntas dos Questionários do Saeb. No Saeb 2021, por exemplo, o itens utilizados para medir o nível socioeconômico dos alunos foram os seguintes:

Fonte: Inse 2021 – Nota Técnica | Inep

Longe de ser aleatória, a escolha desses itens foi baseada em uma série de evidências da literatura acadêmica que apontam dois fatores específicos como boas medidas do contexto socioeconômico de um estudante: 1) a escolaridade dos pais e 2) a posse de determinados bens e o acesso a determinados serviços. 

Conforme novas tecnologias surgem e o acesso a elas se expande, o Inep busca atualizar constantemente os bens e serviços medidos no questionário, de forma que continuem sendo bons indicadores de renda. É por isso que, por exemplo, a mensuração da posse de smartphones com acesso à internet e o acesso a serviços de streaming (TV por internet, no questionário) foi introduzida no Saeb 2021.

As respostas dos estudantes a essas questões são processadas pelo Inep, que utiliza técnicas estatísticas baseadas na Teoria de Resposta ao Item (TRI). Esse processamento gera uma pontuação em uma escala de 1 a 10, onde pontuações mais altas indicam maior renda familiar estimada do aluno. Contudo, essa escala sozinha não reflete plenamente a desigualdade socioeconômica entre os estudantes.

Para oferecer uma visão mais precisa, o Inep agrupa as pontuações em 8 Níveis Socioeconômicos. Esses níveis são determinados com base na similaridade das respostas a perguntas específicas e na diferença entre as pontuações individuais e a média nacional.

Fonte: Inse 2021 – Nota Técnica | Inep

Essa abordagem permite traduzir de forma mais realista e contextualizada a diversidade socioeconômica que o Inep busca medir. 

Escala dos níveis socioeconômicos do Inse

Cada um dos níveis socioeconômicos do Inse recebe uma descrição qualitativa do Inep para que possam ser melhor interpretados pelos usuários não especializados. Essa descrição é construída a partir das similaridades identificadas nas respostas dos alunos daquele nível aos questionários do Saeb. 

Abaixo, você confere as descrições fornecidas pelo Inep com base nos questionários do Saeb 2021.

Leituras úteis

• Inep: Nota Técnica do Inse 2021
• Inep: Notas Técnicas das versões anteriores
• Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais (GAME): “O nível socioeconômico das escolas de educação básica brasileiras“
• QEdu: Resultados dos Questionários do Saeb